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Onde tudo começou...
Foram duas longas horas numa fila bastante convidativa... Eu olhava para as árvores e passarinhos e pensava
no Luã, então com 9 anos, olhava para a turma correndo louca de patins e skate e pensava nos ninjas
de 13 e 16 anos, voltava meu olhar para as tendas dos artesãos e pensava: É isso! Vamos trabalhar em
um parque, com gente descolada e diversa, interagir com todas as tribos, fazendo arte, e em família!
É perfeito!!! Eles vão aprender a trabalhar, a ter o negócio deles, vão desenvolver habilidades,
vão fazer arte e praticar esportes e eu vou ter mais tempo para estudar...
Eureka!!! =D
Isso foi em 24 de Agosto de 2014, eu estava no segundo semestre da faculdade, ainda professora de Inglês, tempo integral fora de casa e ainda super frustrada por não dar conta de estar presente na vida dos meus filhos. Dois meses depois desse dia entramos na Feart Ibira, a feira da Marquise do Parque Ibirapuera, uma feira
com 24hs de funcionamento, o que fazia com que a gente dormisse no parque de sábado para domingo.
Nós entramos na feira com mandalas em CD's, que depois passou a ser em vinil, e em Novembro
de 2016 passamos a compor o quadro de artesãos da Praça Benedito Calixto, em Pinheiros,
uma das mais tradicionais feiras de São Paulo, com bolsas e grimórios em retalhos de couro.
São três anos aprendendo a arte de fazer arte, de dar forma às mais diversas criações e composições, três
anos de muita aprendizagem e muita evolução. Nesse tempo eu pude presenciar o desabrochar dos meus
três filhos em vários aspectos, vi uma personalidade introvertida se tornar comunicativa, vi um menino
cheio de preconceitos, inclusive com o artesanato, se tornar um exímio artesão, vi a criatividade
explodir e transformar-se em uma infinidade de peças extraordinárias, vi a paixão pelo nosso trabalho
nascer em cada um deles e hoje vejo três adolescentes fortalecidos, criativos, concisos, centrados
e muito mais tranquilos em relação aos seus próprios conflitos.
A arte cura!
Foi com o intuito de me reaproximar deles que adentramos o mundo do artesanato,
precisávamos de mais tempo em família, de mais atividades em conjunto, mas não fazíamos
ideia da proporção da transformação que a arte eliciaria em cada um de nós.
♥
Inserir uma pessoa no mundo das artes é estimular a sua criatividade e dar à ela a capacidade
de criar soluções. Apresentar-lhes o conceito de sustentabilidade e sugerir a prática da mesma
é fazer com que entenda o conceito de finito e a importância de rejeitar, reduzir, reciclar e reutilizar.
Ensinar que a vida em família é baseada na participação ativa de todos os integrantes para o bem
comum é assegurar que os laços não se desfaçam pelo caminho. Apresentar o voluntariado à uma pessoa
é dar à ela a chance de desenvolver um olhar mais humano. Deixar que trilhe seu caminho sem a
obrigatoriedade de $uce$$o futuro é dar-lhe a chance de realizar, buscar e aprender sem o
condicionamento limitado de uma profissão apenas, mas de que seja o que lhe convier,
desde que imensamente feliz. ♥
Bóra fazer arte? ♥
P.S.: Este texto foi escrito em 2017 e muita coisa mudou desde então. A atualização de 2024 está abaixo em vermelho.

ÁGUA
CRIATIVIDADE
A Renata fez de tudo um pouco boa parte da vida, já que a sobrevivência sempre foi a urgência!
E só quem é mãe solo sabe como funciona! Aprendeu a arte da reciclagem lá no Japão,
onde atuou como professora de Artes e Sustentabilidade em uma creche-escola.
Atualmente é aluna do curso de Psicologia e dedica seu tempo à prática do
voluntariado e ao Projeto Compartilhagem juntamente com os filhos. (2017)

Atualização
Me formei em 2018, mas por questionar demais a minha formação optei por não atuar.
Continuei na arte e no artesanato junto aos meus até Março de 2023. Em Abril eu escrevi
o esboço do meu projeto, em Junho eu entrei na Usp como aluna especial e fiquei quase
1 ano por lá. Hoje me dedico à pesquisa sobre desigualdade social, hierarquias de poder e opressão,
micro e macro violências, Interseccionalidade, identidades, sofrimento e trauma psicossocial.
E tudo isso através do meu projeto: "A Roda Interseccional da Identidade".

FOGO
DISCIPLINA
O Steven, de 19 anos, é incrivelmente disciplinado e tem uma resistência física invejável. É ele quem forja o metal e dá vida ao macramê das nossas peças e é ele também que ajuda a fazer a produção e a exposição rodar. Ultimamente ele tem se dedicado à fotografia, à escrita e à música, mas segundo ele, os planos são de dar início à uma faculdade antes de sair por aí... (Escrito em 2017)
Atualização
Hoje em dia o Steven também é esporádico na produção da Compartilhagem,
mas não deixa de ser um parceiro forte na contenção das pontas do cotidiano.
Ele casou com a Gi, tem uma filha de 1 ano e juntos mergulham na arte, na espiritualidade
e na criação da pequena Anaya. A faculdade ainda não aconteceu, mas muitas decisões
foram tomadas e muitas responsabilidades assumidas. Ser pai presente não é fácil!
A música e a escrita continuam sendo o caminho de escolha até aqui.
Amém! ♥

Clique aqui para conhecer meus projetos!

TERRA
EFICIÊNCIA
A Mayah de 16 anos é Contadora de histórias, artesã nata, dança, patina e adora praticar esportes. Aprende tudo em cinco segundos e meio, geralmente o mesmo tempo que leva pra executar. Adora fazer arte, desenha super bem e acabou de ganhar uma máquininha de tatuar. É tanto talento, que fica difícil canalizar numa só direção, mas quem disse que é preciso?! ;) (Original de 2017)

Atualização
A Mayah é hoje a responsável pela direção da Compartilhagem e tudo
relativo ao ateliê é ela quem administra. E cuida tãão bem que tem uma dificuldade imensa
em demandar. Solta, Ninja! Ela se tornou mãe do furacão Gaya em 2018 e desde então a gente
desconfia que ela assumiu o ateliê para fugir da Catrininha aí embaixo, mas ser mãe não estava nos planos e mergulhar em trabalho para não se consumir em depressão foi a melhor saída. Foi a partir dessa experiência que a gente entendeu que as vezes é preciso reavaliar as prioridades e priorizar as necessidades individuais para ter um ganho coletivo, e foi assim que vimos a Mayah florescer como
mãe e empresária e vimos o ateliê se transformar em aldeia para receber a próxima geração da Compartilhagem. ♥

AMOR
A cara é de gostosura, mas a alma é pura travessura! ♥
Esse pequeno furacão provocou uma revolução por aqui, e depois de tirar absolutamente tudo do lugar, fez com que as coisas se encaixassem de uma maneira muito melhor do que jamais haviam sido! A sua chegada foi como se colocassem um grande espelho no meio da casa, e pudemos enxergar melhor os nossos comportamentos através dos comportamentos dela. Foi assustador, mas também, incrivelmente revelador! Ela é um presente que ajudou a curar o passado e nos obriga a olhar para o futuro com muito mais amor e esperança.
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BOM HUMOR
O Caçula da turma não é organizado, nem disciplinado, e muito menos eficiente. Dá a impressão que é falta de interesse ou atenção, mas não. A verdade é que o Luã se interessa por tudo e por isso se distrái tanto. Ama o artesanato de paixão e participa de todos os processos. Sua maior habilidade é sem dúvida o desenho livre e sua maior qualidade, o bom humor! ♥ (texto de 2017)
AR
